Nosso congresso está chegando e vem com um tema bem sugestivo: Ele vem.
Bem, Ele Vem. Mas, e você. O que tem para entregar-lhe? O que você tem feito em favor do reino?
Às vezes pensamos que precisamos de muito para pregar a palavra de Deus. No entanto, essa tarefa requer de nós praticidade e simplicidade. Podemos utilizar aquilo que temos e começarmos pregando onde Deus nos tem colocado pregando para aqueles que estão próximos.
Pensando nesse nosso papel, a entrevista dessa semana foi feita com um jovem que de forma bem prática e simples se dispôs a cumprir o ide de Cristo.
Nosso entrevistado foi o Lucas Paiva Correia. Um jovem de 18 anos, estudante do 3° ano do Ensino Médio Integrado do CETEP. O Lucas é membro da Comunidade Cristã e de forma descontraída e madura nos contou como iniciou o Ministério de evangelismo na escola.
Logo quando me converti, durante as férias, ao voltar às aulas eu senti uma necessidade muito grande de fazer algo lá. Eu vi que estavam precisando de alguém que fizesse alguma coisa. Eu não sabia direito o que era aí eu falei que iria levar um violão, levar minha bíblia, vou fazer alguma coisa, vou pregar alguma coisa, sei lá, eu sabia que tinha que fazer alguma coisa, eu tinha aqui dentro do meu coração algo muito forte que eu precisava fazer alguma coisa pela escola. Na época, eu estava na Aplicação, colégio que fica ao lado da normal, aí eu comecei levar o violão pra escola, comecei a falar pro pessoal que eu estava fazendo uma reunião pra falar de Jesus, pra adorar. Com o violão ali e com a Bíblia eu comecei a pregar, até os professores vinham ouvir, tinha dia que a diretora queria ir pra ouvir o que estava sendo pregado ali, e foi algo que impactou bastante aquela escola. Depois eu sair de lá, mas antes de sair eu orei pra que Deus levantasse outras pessoas pra que ficassem lá. Eu não sabia o que era aquilo que eu estava fazendo, depois, eu fiquei sabendo que o pessoal chama de ABE, Aliança Bíblica Estudantil, e que já existia em outras escolas, isso confirmou em meu coração que era algo de Deus, que o Espírito é o mesmo, Ele gera no coração de cada pessoa a vontade Dele, o que Ele quer que faça. E Ele começou a gerar no coração de cada pessoa diferente, e eu comecei a fazer a mesma coisa que elas, então eu senti que era algo gerado por Deus mesmo. Nessa época eu fazia oitava série, foi logo quando me converti. Com dois meses de convertido eu já tava pregando na escola. Era algo interessante por que eu estudava à tarde, lia a bíblia de manhã, me edificava e a tarde eu pregava aquilo que eu tinha recebido de Deus de manhã. Eu na tinha tempo ainda de vida cristã muito acumulada pra poder derramar nas vidas das pessoas. Só que é o que eu falo com pessoal, vocês precisam derramar aquilo que vocês têm, porque quando vocês derramam o que têm, o Espírito Santo multiplica dentro de vocês. É como o azeite na botija da viúva, que ela pegou várias vasilhas vazias e começou encher e a medida que ela enchia o óleo multiplicava. Então, quanto mais você derrama mais é multiplicado. Depois eu fui pra escola onde eu “tô” agora, o CETEP,na época já havia uma reunião, a ABE. Quem fazia era um cara chamado Lucas, da Peniel, aí no outro ano ele saiu e quem entrou como líder no lugar dele foi Tati, do ministério de dança da Sião, e eu fiquei como vice-líder. Mas ela completou o curso e saiu da escola e eu fiquei a frente do trabalho. Esse ano foi algo totalmente diferente, porque todo ano tinha um grupo formado para realizar o trabalho, e nesse ano não tinha. Então, eu falei: Deus está querendo levantar uma geração nova para está fazendo algo novo aqui na escola. Nós nos reuníamos no pátio, mas o Espírito Santo começou a me dá direção de nos reunirmos nas salas. Aí eu entendi porque Ele queria levantar uma geração nova, era porque Ele queria usar uma estratégia diferente. Aí eu passei nas salas, logo no início, pedindo aos alunos do 1° ano que fossem cristãos, que eu queria ter uma reunião com eles. Então, nos reunimos e eu expliquei o que queríamos fazer lá, que não era pregar religião, mas pregar a palavra de Deus, pregar sobre Jesus. O propósito era esse, então, quem fosse adventista, quem fosse qualquer outra coisa, mas que fosse cristão e quisesse se juntar a nós poderia se juntar. Você quer vim pregar Jesus junto com agente? Venha. E o que agente pregava lá era Jesus, era a palavra.
Quanto à recepção das pessoas, foi positiva ou negativa?
A receptividade aumenta, porque se você falar “eu tô pregando a religião evangélica”, o pessoal cria uma barreira. Mas quando você fala “eu tô aqui pregando a palavra de Deus”, as pessoas já se abrem mais. Por que lá não vai ter discussão de religião, mas da palavra. E é na palavra que a gente prega, o que é correto o que não é. Aí surgem os debates e pela palavra a gente vai esclarecendo. E isso requer dedicação de está buscando a palavra mesmo. Pra poder tirar todo engano. Por que, às vezes, a gente chega numa sala e encontra um pessoal com uma idéia totalmente errada, cheia de engano, com umas idéias bem malucas. E se você não tiver a palavra mesmo pra poder corrigir, é difícil. Porque, às vezes, acontece de uma pessoa dá uma opinião no meio da palavra, você não vai podar então, você tem que está preparado para o que ela vai falar e poder dizer: oh! Até aqui o que você tá falando está correto, mas ali não está de acordo com a palavra. A partir do momento que a gente esclarece que está sendo pregada a palavra de Deus, a gente consegue manter uma regra, para que não fuja da palavra.
Com relação às críticas, como tem sido?
Já houve de algumas pessoas saírem do grupo porque queriam que fosse pregada a religião evangélica. E a gente sabe que isso é um processo na vida das pessoas. Tem uma amiga minha mesmo que ela se converteu lendo a bíblia em casa. Ela entendeu a mensagem e viu que a religião que ela seguia não estava de acordo com a bíblia. Só depois de cerca de dois meses que ela procurou uma igreja evangélica. Ou seja, ela se converteu antes de frequentar uma igreja evangélica. A gente precisa tirar esse paradigma nosso de que as pessoas só estão em Cristo se estiverem dentro da igreja. Mas é um processo que Deus tem e com cada um é diferente a forma como Ele age. Tem uma menina mesmo que ela continua da mesma religião, mas eu dei uma bíblia a ela e disse pra ela ler, estudar. Por que a partir do momento que ela ler a bíblia, ela vai ver e vai se sentir incomodada. Será uma experiência dela. Não vai ser uma coisa que eu vou impor. Então, a gente tem que tomar cuidado porque, senão, a gente acaba afastando as pessoas. Temos que guiar a pessoa na palavra e orar para que o Espírito Santo gere nela.
Já teve algum debate com um tema polêmico ou que tenha sido mais caloroso?
Esse ano não teve nenhum debate polêmico não. Mas, como nosso tempo é muito curto, eu procuro ao máximo fugir dos temas mais polêmicos. É uma forma de ser sábio naquilo que se está fazendo. Temos só 20 minutos de intervalo, então, temos que pregar uma palavra rápida, objetiva, a palavra da cruz. Eu procuro não tocar nos assuntos, mas se tocar, a gente tenta dá uma luz pela palavra. Pregar a palavra como ela é, não ficar tentando adaptar. A pessoa tem que ser confrontada no seu pecado. E nós temos que nos prepararmos. Tem um versículo que diz: “procure se apresentar como ombreio aprovado, que não tem do que se envergonhar e que maneja bem a palavra da verdade”. A bíblia fala que o Espírito vos dará o que dizer, quando for interrogado. Então eu sei que quando surgir, o Espírito Santo dirá o que eu terei que falar, como Ele já tem feito. Às vezes eu me surpreendo com as palavras que Ele me dá, por que de mim mesmo eu não teria capacidade. Eu procuro gerar no coração das pessoas que participam comigo esse mesmo desejo de pregar. Por que uma pessoa só não vai ganhar uma escola pra Jesus. O tempo é curto e só uma pessoa não consegue fazer muita coisa.
Com relação ao seu estilo. Você tinha um cabelo grande, barba, estilo de roqueiro. Você acha que isso de certa forma atrai as pessoas por ser uma pessoa diferente que está falando de Deus? Você acha que eles se identificam?
Elas também se surpreenderam quando eu raspei a cabeça, por um voto com Deus, e descaracterizou um pouco. Mas as pessoas já me conheciam meio doido e não me viam como um cara chato. Eu sempre procurei ser legal, curtir vários estilos de música, conversar com a galera. Por exemplo, um estilo que curto é o rock, tenho até uma banda de rock. Aí tem um pessoal na escola que é satanista e curte metal também. Eles não têm nenhuma resistência comigo. Mostro pra eles uma música e falo: olha que música gospel massa. Boto pra eles ouvirem e daqui a pouco já “tô” pregando. Então, você ser simples e ir na linguagem da pessoa tira um pouco da resistência.
A direção da escola já demonstrou algum interesse?
Eu sempre incentivo os adolescentes da minha igreja a fazerem o mesmo em suas escolas e eles, muitas vezes, têm problemas com isso. Porque a direção não permite cultos religiosos, principalmente, em escola particular. Mas lá na escola eles gostam bastante. A gente sempre unge a escola, uma vez ungimos a própria diretora e oramos por ela. A vice diretora está afastada do evangelho, então, ela gosta e compartilha com a gente o desejo de voltar. Já ungimos também a sala dos professores, pregamos e oramos por eles. Alguns não gostam, mas a gente fala que a diretora deixou e eles aceitam.
Hoje a gente tá trabalhando com distribuição de bíblias pra galera que se converti e “tá” sendo edificado agora. Na verdade esse projeto faz parte de algo muito maior de Deus. “Tô” arrecadando bíblias pra doar lá e nos outros lugares que a gente vai já com essa visão ampla de ministério. A escola é só um dos lugares que a gente vai.
Com relação ao Face, evento musical que aconteceu no CETEP, teve uma participação muito grande de evangélicos se apresentando. Você acha que isso teve alguma relação com o trabalho de evangelismo que você faz na escola?
Tanto lá escola quanto em outros festivais que eu assisti, eu pude perceber que as pessoas tocam músicas evangélicas, mas não têm vida com Deus. A gente até fala: Esse cara é crente? Não sabia. Até mesmo em formaturas. A pessoa bota uma música evangélica, ai é que você fica sabendo que ela era crente. Mas no festival algumas pessoas crentes de verdade tocaram músicas evangélicas e o evangelho foi pregado pra muita gente de uma só vez. Esse ano eu participei. Toquei lá. Quando eu participo, não é por causa do concurso, mas é pela oportunidade de pregar o evangelho.
Na sua igreja você atua em algum ministério?
Agora, oficialmente, “to” trabalhando com os adolescentes. Eu “tô” acompanhando alguns mais de perto, como um discipulado mesmo. Antigamente eu dava aula pra eles na escolinha. Também eu “tô” com outro projeto, o todo no qual o evangelismo na escola faz parte, que é arrecadar bíblias. Já coloquei uma placa lá e o pessoal da igreja tem me ajudado. Tem também o Ministério Profético Menina Quadrada (que é a Bíblia). Como eu “tô” trabalhando com adolescente, achei o tema bem legal. Eu tenho dito pra eles que a primeira namorada deles tem que ser a menina quadrada, ou seja, a Bíblia Sagrada. Por isso que eu “tô” arrecadando Bíblias, porque o objetivo é espalhar meninas quadradas, espalhar a palavra de alguma forma. Também comecei a Escola de Adoração Profética Menina Quadrada. Que ensina adoração e reggae que chama mais atenção. Queremos ir para as praças fazer um som. A gente nem toca na técnica musical, já pra fazer um negócio simples pra levar a palavra. Às vezes o menino pensa que vai só aprender tocar um instrumento, mas queremos que ele fique perto, que seja discipulado, que seja moldado nele o caráter de Cristo. Aprender um instrumento é só uma desculpa. Meu propósito é pegar meninos que estão com a vida espiritual detonada, andar com eles e enchê-los da palavra, pra depois colocá-los pra pregar.
Você está no 3° ano, ainda tem mais um até você sair da escola. Você já pensa em fazer um trabalho desses na faculdade? Por que existe a ABU, mas não é ativa.
Por agora onde eu estiver eu “tô” tentando fazer tudo o que eu puder pra levar a palavra. Se um dia eu estiver lá, eu vou pra lá pregar.
Valeu Lucas!
Que Deus continue te abençoando e te enchendo do Espírito Santo, para você poder derramar mais e mais na vida de todos que estão ao seu redor.
Por Gislane Aguiar e Amanda Oliveira
É contagiante este amor que Lucas tem pelo Senhor. Creio que Deus tem muito mais e através deste projeto muitas vidas seram conquistadas para o Senhor. Que o Espírito Santo posso te conduzir cada vez mais, te proporcionando estratégias para continuar edificando. Abraço!
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